segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Novidades.

Tô ouvindo o meu coração, e ele diz que chegou a hora. Hoje, consigo me imaginar com 70 anos e pensando:

Me fodi um pouco, mas tive coragem.
Segui meus instintos. Fiz algo por mim mesma, só por mim, pra variar.
Dei um significado pra isso tudo.
Tive medo de falhar, de deixar em segundo plano quem me ama.
Mas eles todos me apoiaram. Me deram mais força moral. E eu segui.
Aprendi, entendi, achei o caminho. E se não fosse assim, como seria?

E 2009 foi um ano tão marcante. O ano em que eu entendi que de nada adianta ter dinheiro sem paixão. Ter emprego sem ter paixão. Ter planos sem ter paixão. Ter garantia e segurança, sem ter paixão. Diariamente. Nem que seja só um pouquinho.

E dar um rumo pra sí mesmo é mais do que saber viver, é saber morrer. Com muita, muita paixão.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Meu

Não há passo que eu dê onde milhões de palavras me acendem na cabeça como luminosos de bingo.
Milhões de palavras narrando tudo ou rimando tudo, coisas às vezes das quais nem sei, nem suspeito.
Falam-me de coisas repugnantes ou tão doces como as mãos de uma criança estrelaçando seus pequenos dedinhos nos dedos adultos da mãe.
Às vezes parece loucura viver a vida em seus mínimos detalhes. E viver é leve, mas os detalhes por vezes pesam, cansam, e a gente os carrega nas costas não como uma cruz, mas como asas de metal, que servem pra voar mas pesam até marcar as costas.
Algumas pessoas deixam os detalhes extravasarem por seus olhos e choram, outras são traduzidas através de notas musicais. Existem milhões de exemplos, e eu por minha vez, escrevo.
Tenho nas escritas o peso da minha existência e a leveza da tênue linha que tece o meio termo entre a morte e a vida.
Meu ar às vezes cai como pétalas pelos pulmões, e em outras vezes parece que respiro pedacinhos de chumbo que se acumulam numa porrada doentia no estômago.
Ainda assim
Ainda assim por um único motivo o mundo escuro tem um véu de luz.
Porque trouxeram-me borboletas no estômago, quando a única coisa que haviam eram tripas e uma palavra ou outra.
Trouxeram-me flores ao coração quando as únicas coisas que haviam eram sangue, artérias e alguns poemas que eu sentia com o cérebro.
Ensinaram-me que amor vem do peito e não da cabeça.
Ensinaram-me a rimar por amor e não por passatempo.
Ensinaram-me a cantar as palavras e não apenas a jogar com elas.
Ensinaram-me que diferente pode ser diferente mesmo sendo a palavra escrita da mesma forma durante anos.
"Quando você aprender que a única pessoa cuja ausência é fatal, é você, aí sim lhe darei uma companhia eterna que te ame verdadeiramente como jamais o seu coração pôde sentir e sua mente pôde entender."
Vãs palavras me acertam os ouvidos
Me contam histórias, mentiras, grunidos
Pedaços de uma escrita já feita, hoje refeita
Dorme um mundo inteiro lá fora, e eu acordada, eu sempre acordada.
Nem sei bem do que falo, mas sinto tudo o que deixo de saber. Sinto o que está nas entrelinhas. Sinto certezas como sinto tristezas, e alegrias.
Por que não pintar as flores de bege e fazer o Sol boiar na piscina?
Algumas frases são lindas mesmo sem significado algum.
Alguns escritores já escreveram coisas que nunca entendi mas que me fizeram sentir uma compreensão enorme alheia ao meu raciocínio lógico. E tudo fica lindo quando é bem colocado, por mais que não existam palavras adequadas.
Menino!
Ah, menino, ensinou-me muito sobre amor quando o amor me era engraçado.
Ensinou-me a sorrir e não era por graça.
Ensinou-me muito sobre ternura quando me haviam facas nas mãos.
De minhas pedras fez pétalas de rosas
Do meu dicionário fez fugir palavras.
E você perto de mim é menino
E ao seu lado sinto-me como bolinha de sabão nas mãos de uma criança que toma todo o cuidado do mundo para que não estoure.
Sonho acordada.
Sorrio e nem sei.
Meu coração acelera
Tropeço em centavos
Acordo em calendários
Um lugar imaginário.
Meu texto sem sentido
Meu coração embolado.
Palavras
Palavras
Palavras
Quem precisa entendê-las
A não ser eu?
Minhas palavras
Minha vida
Minhas fotos
Meu menino.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Meu paraíso

Temporada de claridade aqui dentro. O sol lá fora anima a ponto de eu brilhar mais que ele. Eu saio cantando, nem que for pra enfrentar mil monstros. Posso imaginar os coqueiros balançando, a água do coco pedindo pra ser sugada e um mar azul límpido varrendo meu chão. Tudo azul, tudo branquinho, tudo amarelo ouro. Todo mundo bronzeado. Nem reparo no cheiro de suor. O cheiro de vida se sobrepõe. E lá vou eu sonhar acordada de novo.

Uma brisa, um dia lindo, todos rindo de prazer. Desolação não vai chegar perto. Uma música tocando alguns versos lindos com alguma batida que te leva. Uma bebida leve. Água, muita água, sem medo que ela acabe. Vivendo o hoje, respeitando o outro, quebrando as regras que podem ser quebradas, sendo nós mesmos e adorando.

Vamos entrar no ritmo. Libera suas tristezas, vem comigo, vamos pular em cima da cama fingindo que são as ondas. Vamos pular as ondas fingindo que nada pode ser melhor que isso. Vamos correr de mãos dadas como se o sol não queimasse e como se ninguém fosse reparar. Vamos brincar de não ter peso, não ter cicatrizes, não ter medo. Vamos em frente.